sexta-feira, 26 de março de 2010

Do Carmo

Certas verdades deviam ser mentiras
Uma noite roubei um cavalo branco de um bêbado que dormia num sofá do garagem.
Mas ao sentar no gramado com uma amiga do meu lado foi que aconteceu o fato

-ei mulé que é isso?

Ela solta toda a brincadeira no chão o saxofonista calou-se e esvaziou a mão
Tentei enxergar, mas não consegui, pois já era noite e a tarde toda eu bebi.
Sol e água, tudo estava dentro de mim, agora era vinho que me fazia sentir
Fomos expulso do jardim.

Decemos a ladeira e ficamos rindo a noite inteira
Quando toca-se violão sentado com o corpo encostado ao violão, dá pra sentir todas as notas e acordes dentro de si.
Quando toca-se obrigando os dedos a dedilhar o que o coração sente, fecham-se os olhos e pouco a pouco a essencia da alma se liberta, mas junto com ela vem um conteúdo que existe em cada momento em que vivemos.
Nesse momento, eu, sentado num banco, debruçado ao violão tocando blues porquer estava triste meu coração, pensei em Júlia e pensei tambem naquilo que se pensa quando está só.
Então a essencia da minha alma se libertou e começou a bailar por todo o palco e depois por todo o salão e pegou pela mão uma parte do conteúdo, ou seja a magoa e a ilusão, jogou pra fora e longe de mim. Só ficando a tristeza, uma doce saudade e cheiro de terra molhada por uma chuva fina. Assim a musica acabou, eu paro de tocar, meu coração dispara, vejo pessoas e luzes, ouço o som da mão esquerda colidindo com a direta, desvio o olhar dos holofotes.

lembro sozinho.

domingo, 14 de março de 2010

Enquanto caminhava para a luz solitária, no lado escuro da vida
queimou tudo que tinha por fora para aquecer o que portegia no seu interior.
longe do fim , longe do começo, no exato local de se perder.

Aguentou as dores e prosseguio.

terça-feira, 2 de março de 2010

Tropecei e cair.

O vento gritava grave e amedrontador, dentro dos dias e noites passei sem sentir, querendo voar esperando pelo depois, que vinha me batendo.
Socos mudos e dolorosos, eu girtava e gritava , mas o vento era mais forte e mais forte.
Então eu parei de cair a porra do vento venceu (por segundos) a gravidade, dois solavancos sustentos e fui para cima, mas voltei a descer como se estivese pagando uma divida para o abismo, foda-se tudo que eu não entendia, quero paz, quero calmaria, e o vento gritou me jogando mais rapido pra baixo, desiquilibrando pra esquerda, pra direita, " EU QUE LUTAR", e encontrei o mar, ondas e pedras. O vento era só som agora, quem me batia era a agua salgada contra rochas. E eu tinha que fazer.

Nadar, vencer a rebentação
Nadar, contornar a montanha
Na areia virgem sangra
Na areia sagrada me curar.