vou ao bar errado da calçada
cachaça duas vezes mais cara
Dreher cada vez mais escasso.
Acima o céu e silêncio
fantasia delirante de um sóbrio sobre bebidas e paixões
Alice me pergunta o por quer de falar tanto sobre do dia e da noite. Eu respondo – É tudo que tenho. Acordo todos os dias, saiu para a noite, meu corpo suado no meio da multidão absorve todos os raios de calor, meus olhos queimam de tanta luz e variações de brilho. Todos os lugares que eu ando e visito: ruelas, monumentos e avenidas toda a decadência e maravilhas que o homem construiu, tudo, tudo pertence ao dia e esta contido na noite. O banho do despertar, a fome do meio dia, a tristeza vespertina, a eletricidade luminária de noites quentes, um ato ausente ou uma multidão de gente.
Corra Alice junte-se a loucura verdejante, por que é onde busco todos os benefícios radiantes desses dois alívios meu. Um abraço, carinho ou palavras ouvidas são coisas que vem e vão que vai e fica. Disso tudo apenas a recebo.
O desejo talvez seja uma grande ilusão. O ato a melhor coisa então??
Na parte antiga da cidade
É onde encontro a celebração
Num dos córregos do rio Dionísio
Eu bebo o mais sujo vinho
Na parte antiga da cidade
Encontro os amigos da loucura
Rubros bárbaros oscilantes
Pesadas canções flamejantes
Na parte antiga da cidade
Onde vejo minha noite
Encontro minha tristeza
Ela vem a mim e diz “amanheça”
Mas o rio corre mais rápido
As ruas se entrelaçam no meio da noite
Não consigo voltar, mais uma vez entro em outro bar
Tudo é brilho no azulejo da madruga
E mas o que? Eu não sei, e você?